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UM ANO COM DIABETES

Atualizado: 22 de nov. de 2021

Essa semana fez um ano que eu recebi o diagnóstico de Diabetes Tipo 1.

Olá meu querido amigo (a), seja muito bem-vindo (a) a mais um post. Hoje eu vou falar sobre o que é diabetes, quais são os seus tipos, sintomas, diagnóstico e complicações, etc; e também vou falar sobre como foi esse um ano com diabetes.

O que é Diabetes?

Antes de tudo é importante saber o que é diabetes. Diabetes é uma doença causada pela má absorção ou produção insuficiente de insulina. A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas que é responsável por “quebrar” as moléculas de glicose (açúcar), e transformar essa glicose em energia para o corpo. A falta de insulina no corpo causa o aumento da quantidade de glicose no corpo, o que pode levar a diversas complicações no futuro.

Tipos de Diabetes

Existem vários tipos de diabetes, cada um com características e tratamentos diferentes. Eu vou falar apenas dos cinco principais tipos e como cada um funciona.

Diabetes Tipo 1

A Diabetes Tipo 1 ou Diabetes Mellitus é uma doença autoimune, que quer dizer que o sistema imunológico destrói os tecidos saudáveis do corpo; as células acabam atingindo o próprio organismo. Além de ser uma doença autoimune, a diabetes tipo 1 também é uma doença crônica, assim como os outros tipos de diabetes, isso significa que ela pode durar anos ou a vida toda.


Na maioria dos casos a doença se manifesta até os 21 anos, em geral, até antes mesmo dos 18. Acredita-se que causas genéticas contribuem para o surgimento da doença, mas as causas ainda são desconhecidas. O diabético tipo 1 é insulinodependente, o que significa que o uso da insulina diariamente é estritamente necessário.

Diabetes Tipo 2

A Diabetes tipo 2 é o tipo mais comum. Diferente do diabético tipo 1, o diabético tipo 2 produz insulina, porém o corpo da pessoa cria uma resistência e não é capaz de absorver adequadamente a insulina.


As principais causas da diabetes tipo 2 são: sedentarismo, sobrepeso, hipertensão, maus hábitos alimentares, colesterol ou triglicerídeos elevados.

Diabetes Gestacional

Diabetes gestacional acontece quando, durante a gravidez, o corpo da mãe não é capaz de produzir a quantidade de insulina necessária para ela e para o bebê. Ao longo do período da gravidez ocorre um aumento nos níveis de glicose da mãe.


Após a gravidez a tendência é de que os níveis de glicose voltam ao normal, podendo levar até cerca de três anos após o parto. Mesmo depois desses três anos, é importante fazer importante ter um acompanhamento médico, pois após ter diabetes gestacional, as chances de se desenvolver Diabetes tipo 2 aumenta exponencialmente.

Diabetes LADA

Diabetes LADA é a sigla em inglês para Diabetes Autoimune Latente do Adulto, conhecida também por Diabetes 1,5. A Diabetes LADA é nada mais nada menos do que a Diabetes Tipo 1 diagnosticada na fase adulta, geralmente após os 30 anos. É um dos casos mais raros dentre os tipos de diabetes.

Diabetes Mody

O Diabetes Mody é uma sigla em inglês que significa Diabetes de Início Precoce, ela representa menos de 1% dos casos de diabetes. É caracterizado pelos seguintes fatos: diagnóstico antes dos 25 anos; é hereditário, pelo menos três gerações com diabetes (pais, avós e bisavós); poucos sintomas; possui uma maior capacidade de controle do próprio organismo, muitas vezes não é necessário o uso da insulina ou de medicamentos orais. Possui seis variações, sendo assim, o tipo mais complexo. Os filhos de pessoas com Diabetes Mody têm 50% de chance de desenvolver a doença.

Pré-Diabetes

A Pré-Diabetes acontece quando a glicose está elevada, mas não o suficiente para se enquadrar como algum tipo de diabetes. É preciso realizar o tratamento pois a pré-diabetes pode evoluir para a diabetes ou outras doenças cardíacas. O tratamento é feito com uma alimentação balanceada, atividades físicas regularmente, perda de peso e em alguns casos é utilizado o uso de medicamentos orais.

Sintomas

Geralmente, os sintomas de diabetes são os mesmos para quase todos os tipos.


Diabetes Tipo 1: fome e sede frequente, perda de peso, fraqueza, cansaço, mudanças repentinas no humor, náusea, dores de cabeça, visão embaçada, ritmo cardíaco acelerado, sonolência, dores nas pernas e pés, vômito e vontade de urinar muitas vezes ao dia.

Diabetes Tipo 2: fome e sede frequente, formigamento nas mãos e pés, infecções frequentes, visão embaçada, ganho de peso, vontade de urinar muitas vezes e ferimentos que demoram a cicatrizar.

Outros tipos de diabetes: em boa parte dos outros tipos não são apresentados nenhum (ou poucos) sintomas.

Diagnóstico

Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito a partir de um simples exame de sangue ou glicemia em jejum. Os valores considerados normais para a glicemia são de menor ou igual a 100 em jejum e menor ou igual a 140 duas horas após a refeição. Caso os valores deem maiores do que esses existe a possibilidade de se ter algum dos tipos de diabetes. Além desses exames o diagnóstico pode ser confirmado através de exames como, hemoglobina glicada e curva glicêmica.

Tratamento

O tratamento da diabetes varia muito de acordo com cada tipo, e varia mais ainda de pessoa para pessoa. Duas pessoas com o mesmo tipo de diabetes podem ter tratamentos completamente diferentes uma da outra.


Diabetes tipo 1: o diabético tipo 1 é insulinodependente, o que quer dizer que ele precisa fazer o uso da insulina diariamente. Uma dieta saudável e exercícios físicos regulares são de grande importância no tratamento de um dm1 (diabético tipo 1). Além de manter o corpo saudável, ter uma boa saúde mental é essencial para um bom controle da diabetes, visto que o estado emocional pode vir a alterar a glicemia. Com relação ao uso da insulina, pode variar muito, o paciente pode usar canetas de insulina, bombas de insulina, insulina inalável ou até mesmo através de seringas.

Diabetes tipo 2: coisas simples como ter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos, perda de peso e uso de medicamentos já são suficientes para ter um bom controle para a diabetes tipo 2.

Diabetes gestacional: mesmo tratamento da diabetes tipo 2 com o acréscimo da utilização de hipoglicemiantes.

Diabetes LADA/Mody/Pré-Diabetes: mesmo tratamento da diabetes tipo 2.

Prevenção

A diabetes tipo 1, LADA e Mody não possuem prevenção, porém um tratamento adequado pode evitar futuras complicações. Já a Pré-Diabetes e a Diabetes tipo 2 podem ser evitadas tendo uma rotina saudável, com uma dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas.

Complicações

Caso não se tenha um bom controle glicêmico, a diabetes pode vir a trazer diversas complicações no futuro. Algumas delas são: problemas arteriais, neuropatia diabética, doenças renais, glaucoma, problemas de visão, catarata, retinopatia, ansiedade e depressão.

Curiosidade: Pessoas diabéticas são diagnosticadas com depressão duas vezes mais do que o resto da população. Aproximadamente 20% dos portadores de diabetes têm ou já tiveram depressão, sendo a taxa maior nas mulheres.

Mitos sobre Diabetes

Como qualquer outra doença é muito comum existirem diversos mitos sobre, com a diabetes não é diferente. Muitas vezes, por falta de conhecimento, a maioria das pessoas acreditam e propagam esses mitos como se fossem a verdade absoluta. Para esclarecer e evitar que pessoas acreditem em tais mitos, vamos ver qual é a verdade por trás de cada um deles.

Comer muito açúcar causa diabetes


Este é sem dúvida o mito mais comum e um dos mais graves. A diabetes tipo 1 é causada por fatores genéticos e outras causas desconhecidas, mas não tem nenhuma ligação com a quantidade de açúcar que a pessoa ingeriu durante a vida. Já no caso da diabetes tipo 2, o que causa ela é o estilo de vida da pessoa. Uma má alimentação está inclusa nisso. Então nesse caso em específico, uma pessoa que ao longo da vida consumiu alimentos com uma quantidade grande de açúcar com frequência tem uma tendência a desenvolver diabetes tipo 2. Porém, não é uma regra e muito menos um fator isolado que exemplifica a diabetes tipo 2.

Pessoas que têm diabetes não podem consumir alimentos que contenham açúcar

Muitas pessoas acreditam que diabéticos não podem consumir nenhum alimento que tenha alguma quantidade, mesmo que mínima de açúcar, o que está totalmente errado. Uma dieta equilibrada e saudável é uma das principais formas de tratamento da diabetes, mas isso não quer dizer que um diabético não poderá nunca comer um doce. Claro que se a pessoa tem diabetes ela não vai tomar coca-cola e comer bolo de chocolate todo dia, mas uma vez ou outra não faz mal algum. Isso se encaixa tanto para os diabéticos quanto para os que não possuem diabetes.

Existe cura para a diabetes

A diabetes não possui cura. Existem diversos estudos sendo realizados para que se possa encontrar alguma espécie de cura ou tratamento mais eficaz, porém a cura ainda não existe. O que existe são: tratamentos que auxiliam o diabético a ter uma melhor qualidade de vida. Portanto, tomem muito cuidado com as famosas fake news que dizem que determinado chá, erva ou alimento pode curar a diabetes, isso está totalmente incorreto.

Diabetes é transmissível

Como foi visto anteriormente, a diabetes pode ter causas genéticas, ligadas ao estilo de vida ou causas ainda desconhecidas, como é o caso da diabetes tipo 1. Apesar disso, algo que se sabe é que a diabetes não é transmissível de forma nenhuma. Visto isso, é importante tomar cuidado ao dizer frases como “Fulano pegou diabetes” e suas variações; pois não tem como “pegar” diabetes, não é como uma gripe nem nada do gênero.

Diabéticos não podem comer pães, massas e batatas

Do mesmo modo que acontece com o consumo de alimentos que contenham açúcares, a ingestão de carboidratos é da mesma forma. O consumo pode sim ser feito, contanto que se tenha um controle e equilíbrio sobre o mesmo.

Diabetes não é uma doença séria

A diabetes é uma doença crônica e deve ser tratada com a seriedade que ela tem. O mau controle da diabetes pode acarretar diversas complicações gravíssimas no futuro. Por outro lado, isso não quer dizer que o diabético não possa ter uma vida normal nem nada disso. Fazendo o uso correto dos medicamentos, tendo um padrão de vida saudável, e realizando os exames e acompanhamentos médicos necessários é possível sim ter uma vida normal e com qualidade.

O que não falar para um diabético

É muito comum que nós, diabéticos, recebamos diversos comentários relacionados a diabetes. Porém, boa parte desses comentários podem nos deixar bastante desconfortáveis, irritados ou até magoados em alguns casos, mesmo que essa não seja a intenção de quem falou. Para isso não acontecer vou explicar alguns deles para vocês.

“Tão nova e já tem diabetes?”

Esse acontece principalmente nos casos de diabetes tipo 1. Como já foi dito, a diabetes tipo 1 é descoberta geralmente até os 18 anos, durante a infância ou adolescência. Muitas pessoas associam a diabetes com pessoas de mais idade, o que está completamente errado. Assim como diversas outras doenças, a diabetes pode atingir pessoas de qualquer idade.

“Você pode comer isso?”

A típica frase que tira qualquer diabético do sério em questão de segundos. É compreensível a preocupação das pessoas com relação à saúde de um diabético, mas dar uma de nutricionista é algo completamente diferente. Pode ter certeza que se algum diabético está comendo algo ele pode (pois, como foi dito, não existe nada “proibido” aos diabéticos) e tem consciência do que está comendo e das consequências disso.

“O Fulano morreu de diabetes”

Várias pessoas conhecem alguém que teve/tem diabetes e morreu, precisou amputar um membro ou até teve que fazer hemodiálise. Mas, é bom deixar claro que ninguém morre de diabetes, ninguém precisa amputar um membro por causa da diabetes. Todas essas situações citadas são decorrentes das complicações causadas pelo mau controle da diabetes. Como dito anteriormente, se não bem cuidada a diabetes pode vir a trazer diversas complicações. Essas coisas só acontecem caso a pessoa não siga as orientações médicas, não faça o uso dos medicamentos prescritos, não tenha uma alimentação saudável, etc. Apenas uma pequena parcela dos diabéticos se enquadram nesse caso, não pode ser generalizado de forma alguma.

“A sua diabetes é da grave?”

Isso acontece geralmente quando a pessoa quer saber se a diabetes é do tipo 1 ou 2, que são as mais comuns. Entretanto, nós vimos que ambos os tipos são bem sérios e podem ter graves complicações caso não sejam bem administrados. Não existe “diabetes mais grave”, muito menos “diabetes menos grave”. O que existe são doenças diferentes, que exigem tratamentos e cuidados específicos.

“Eu nunca conseguiria viver com diabetes!”

Eu não preciso nem explicar muito o porquê de não se dizer isso a um diabético, certo? Ninguém que tem diabetes gosta ou pediu para ter essa condição. Não é nada fácil conviver com uma doença todos os dias da sua vida, e frases como essa só nos lembram disso.

“Não doí aplicar insulina?”


A aplicação da insulina é feita por seringa ou agulhas. Logo, é lógico que doí. Não é nenhuma dor insuportável, pelo contrário, acaba até acostumando, mas sim, doí.

Por hoje é isso pessoal. Espero que vocês tenham conseguido entender um pouco mais sobre o que é realmente a diabetes e não o que todo mundo julga que é.

Caso você ainda não tenha visto o meu post sobre a Origem da Astronomia, você pode clicar aqui para acessá-lo e dar uma olhadinha.

Muito obrigada por ter lido até aqui. Não se esqueça de deixar um comentário me dizendo o que achou. Aproveita e dá uma olhada nos outros posts.

Fiquem à vontade para mandar sugestões, pedidos, críticas (construtivas, é claro), dicas e ideias. Podem enviar pelo meu e-mail, twitter, ou instagram. Caso encontrem alguma informação errada peço para que entrem em contato comigo para que eu possa corrigir o que for necessário.

Até o próximo post.


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