TEORIA DAS CORDAS
- Victória Mariucha
- 1 de out. de 2020
- 6 min de leitura
Atualizado: 22 de nov. de 2021
Se você, assim como eu, se encontra em um estado de fascinação ao deparar-se com uma teoria nova esse post é para você. Calma, se esse não for o seu caso, continue lendo que eu posso te garantir que esse é um assunto interessantíssimo para dizer o mínimo; e que você sairá daqui com grandes respostas, ou dúvidas maiores ainda...
Olá meu querido amigo (a), seja muito bem-vindo (a) a mais um post. Hoje eu vou falar sobre a famosa (ou não tão famosa assim) Teoria das Cordas.

Por que esse tema?
Antes de começar a explicação eu queria compartilhar com você, meu querido leitor, o porquê dessa escolha de tema. Talvez você já tenha ouvido falar sobre essa tal teoria, pois existem inúmeros vídeos no youtube e em outras plataformas falando sobre esse assunto.
A questão é: se já existem tantos conteúdos e explicações sobre esse tema, por que eu decidi escrever isso? A resposta é bem simples. Em pelo menos 90% desses vídeos/conteúdos utilizam de uma linguagem extremamente complexa. Eu mesma que já possuo um contato mais próximo com essas áreas já encontrei certa dificuldade para compreender o assunto, quem dirá quem não possui um conhecimento prévio. Por isso estou aqui hoje, para descomplicar - ou tentar pelo menos - um tema complicadíssimo.
O que é?
A Teoria das Cordas ou TOE (Theory of Everything - sigla em inglês) é uma teoria que busca unificar todas as teorias da física, incluindo a relatividade. Primeiro de tudo, você sabe o que é a relatividade?
O que é relatividade?
A relatividade foi uma teoria criada por Einstein, com ela foi possível entendermos melhor como funciona o espaço, tempo e a gravidade. Para compreendermos na prática como isso funciona, me acompanha no seguinte raciocínio.
Se você colocar uma bola de basquete sobre uma mesa, o que acontece? Nada, ela vai ficar lá parada. Agora pensa em uma cama elástica. Se você colocar essa mesma bola no meio de uma cama elástica, o que vai acontecer? Vai ser criada uma espécie de cavidade, pois o peso da bola vai estar concentrado em um local só.
Digamos que você coloque uma pequena bolinha de gude nessa cama elástica que já está com a bola de basquete no meio. O que irá acontecer é que a bolinha de gude vai ser atraída pela bola de basquete, pois a mesma tem o maior peso. Essa força criada pela bola de basquete em relação a bolinha de gude é chamada de gravidade.

Trazendo para a nossa realidade, a cama elástica seria o espaço, a bola de basquete poderia ser o Sol e a bolinha de gude a Terra. O Sol possui uma massa 333.000 vezes maior do que a Terra, é por isso que nós somos atraídos pelo Sol e não o contrário. Assim funciona em todo o universo, inclusive o tempo. É por isso que nós não saímos voando do planeta, se você jogar uma bola ela vai cair para baixo e não para cima, ou a Terra não sai voando pelo espaço. Da mesma maneira que a Terra é atraída pelo Sol, nós somos atraídos pela Terra, e assim sucessivamente; do mundo micro (átomo) ao macro (Sistema Solar).
Por que foi criada?
A Teoria das Cordas foi criada com o objetivo de unificar todas as teorias da física existentes até hoje, porém ela pode ter uma função ainda maior. Muitos cientistas acreditam que a Teoria das Cordas pode ser a base para a Teoria de Tudo, uma teoria que seria capaz de explicar todos os fenômenos do universo em uma única e simples teoria.
Lembra da Teoria da Relatividade que eu falei agora pouco? Então, vamos voltar um pouco no tempo para entender o contexto em que ela foi criada. Um pouco antes de Einstein, um cara chamado Isaac Newton acreditava que a força da gravidade era tão intensa que seria mais rápida que a velocidade da luz.
Até que um dia Einstein percebeu que não era bem assim. Einstein chegou na parada e contradisse tudo o que Newton tinha falado. Ele conseguiu comprovar que na verdade luz e gravidade não eram tão diferentes como Newton afirmava que eram. Ele acreditava que a velocidade da luz era a mais rápida de todo o universo, e não poderia existir nada mais rápido do que ela.
Diante disso, Einstein criou a Teoria da Relatividade. Onde ele juntou a teoria da gravidade de Newton com o espaço-tempo e unificou essas duas teorias. Agora então Einstein teria conseguido, finalmente, unir essas duas importantes teorias; porém, tinha algo que ele ainda não tinha conseguido resolver, a unificação da relatividade com a mecânica quântica (spoiler alert: em breve terá um post somente sobre isso). Isso acontece porque todo o estudo da física que temos atualmente não é capaz de ser aplicada em níveis subatômicos. Quer dizer que funciona em grande escala, porém quando analisada de perto, nem sempre ela dá certo.
O que de fato é a Teoria das Cordas?
Até onde sabemos tudo é feito de átomos, correto? Esses átomos são formados por nêutrons, elétrons e prótons; os prótons e nêutrons são formados por partículas elementares chamadas de quarks; os nossos conhecimentos físicos atuais param por aqui. Contudo, a teoria das cordas vai um pouco mais afundo.
Segundo a teoria esses quarks (as menores e até então indivisíveis partículas que conhecemos até hoje) seriam formados por filamentos de energia, algo parecido com uma corda vibrante.
Atualmente os átomos são vistos como uma espécie de bola vibrante, mas sabemos que uma bola é um objeto sólido e pouco maleável, logo tem uma vibração muito limitada. Por outro lado, se pensarmos em algo com uma corda, a história já fica completamente diferente. Uma corda é um objeto extremamente maleável e com uma quantidade de possíveis vibrações.
Imaginando agora que, todas as partículas são formadas por cordas e cada padrão de vibração diferente, em frequências diversas dessa corda formará uma partícula única. Sendo assim, teríamos a mesma partícula base (corda) para tudo aquilo que compõem o universo. Por isso o nome de Teoria das Cordas.

Entendendo na prática, pense em um violão. Cada vibração produz um som diferente e único, as notas. De acordo com a teoria, cada vibração diferente formaria uma partícula, então da mesma corda poderia surgir um pequeno planeta ou uma galáxia inteira, com uma pequena diferença de vibração.
Afirmando essa teoria, de que tudo é constituído da mesma fonte, as cordas, será possível unificar todas as teorias da física. Visto que, toda a matéria existente no universo seria formada pela mesma partícula, sendo resultado apenas de vibrações diferentes da mesma essência. Criando assim a Teoria de Tudo, uma única teoria capaz de explicar tudo.
Por que ainda não foi comprovada?
Como o próprio nome já diz, é uma teoria, o que quer dizer que ainda não foi comprovada. Isso acontece porque, para afirmar que as cordas seriam a fonte de todas as partículas, as vibrações das cordas teriam de ser mais rápidas que a velocidade da luz; visto que o fóton (luz) é uma partícula, e como sabemos até o momento não existe nada mais rápido do que a luz.
Outro problema é que a quantidade de possíveis vibrações seria um número tão alto que não seria possível existir em apenas 3 dimensões (quantidade em que vivemos - altura, profundidade e largura). Seria necessário pelo menos 8 universos e mais de 11 dimensões para tamanha complexidade e variabilidade. Além de ser algo tão pequeno que nem com o microscópio mais avançado seria capaz de enxergar.

Para uma teoria ser comprovada é preciso que haja experimentos comprovando tal teoria. Porém, como realizar testes com uma partícula que não conseguimos nem ao menos ver? Não sendo possível realizar experimentos, a teoria deixa de ser uma teoria científica e passa a ser uma teoria mental.
Sabendo disso a comunidade científica tava louca para pesquisar e se aprofundar nessa teoria. Mas, com tanta gente com pensamentos e ideologias totalmente diferentes trabalhando na mesma teoria, foram criadas diversas vertentes de pesquisas. Elas foram divididas em cinco grandes teorias, apesar disso nenhuma teoria se ligava à outra. É impossível que cinco teorias diferentes estivessem todas certas, posto que todas falavam do mesmo assunto. Concluindo assim, que apenas uma estaria certa.
Algumas teorias defendem o fato de que a corda era aberta, outras que era fechada, ou até que estava ligada a um plano. Até que um cara chamado Edward Witten disse que na verdade não eram cinco teorias diferentes, e sim cinco partes da mesma teoria.
Edward finalmente conseguiu unificar todas as teorias em uma só, que ficou conhecida como Teoria M. Contudo, mesmo tendo unificado todas as teorias em uma só, ainda não é possível realizar experimentos, pois chegamos ao limite da tecnologia existente atualmente. Isso quer dizer que a palavra “teoria” será usada, provavelmente, até os próximos anos.
Por hoje é isso pessoal. Espero que vocês tenham conseguido entender um pouco mais sobre o que é essa complexa e fascinante teoria.
Não se esquece de comentar ali embaixo o que achou que isso me ajuda muito.
Caso você ainda não tenha visto o meu post sobre 10 mulheres que mudaram o rumo da ciência, você pode clicar aqui para acessá-lo e dar uma olhadinha.
Muito obrigada por ter lido até aqui. Aproveita para dar uma olhada nos outros posts que garanto que você irá encontrar um que seja do seu interesse.
Fiquem à vontade para mandar sugestões, pedidos, críticas (construtivas, é claro), dicas e ideias. Podem enviar pelo meu e-mail, twitter, ou instagram. Caso encontrem alguma informação errada peço para que entrem em contato comigo para que eu possa corrigir o que for necessário.
Até o próximo post.
Comments